Maria Rita Kehl é retardada?

Tomara que sim. Se não for, ela produziu um dos textos mais desonestos já publicados pela imprensa. O artigo “O veredicto de Geraldo Alckmin”, publicado pela Folha de São Paulo em 16/09/2012, diz que a governo paulista age como a ditadura. A conclusão vem da morte de nove pessoas em confronto com a polícia. Rita é psicanalista. Por que devemos levar a sério a opinião de um psicanalista sobre segurança publica? Por que psicanalistas falando sobre a questão teriam mais credibilidade do que – por exemplo –  ortopedistas falando sobre arquitetura ou engenheiros opinando sobre horóscopo? Não sei. O fato é que o artigo pode ser visto como hilariante ou revoltante, depende de seu estado de espírito.

Vão aí alguns trechos, com meus comentários totalmente grátis:

“”Quem não reagiu está vivo”, disse o governador de São Paulo ao defender a ação da Rota na chacina que matou nove supostos bandidos numa chácara em Várzea Paulista, na última quarta-feira, dia 12. Em seguida, tentando aparentar firmeza de estadista, garantiu que a ocorrência será rigorosamente apurada.

Eu me pergunto se é possível confiar na lisura do inquérito, quando o próprio governador já se apressou em legitimar o morticínio praticado pela PM que responde ao comando dele.”

Bem, pela mesma razão que podemos confiar na lisura da psicanalista, que mesmo sem estar presente na operação e não ter nenhuma intimidade com tiroteios, já tomou partido dos que morreram na ação. O julgamento de Alckmin – um político medíocre, mas com o peso do voto popular que o elegeu – tem alguma vantagem sobre o julgamento da psicanalista, eleita para rigorosamente nada e representando absolutamente ninguém.

“A impunidade dos matadores era tão garantida que eles não se preocupavam em justificar as marcas de tiros pelas costas, as pancadas na cabeça e os hematomas em várias partes do corpo de prisioneiros “suicidados” sob sua guarda. Assim como não hesitaram em atestar o suicídio por enforcamento com “suspensão incompleta”, na expressão do legista Harry Shibata, em depoimento à Comissão da Verdade, do jornalista Vladimir Herzog numa cela do DOI-Codi, em São Paulo.”

Sim, é isso mesmo. A ação da polícia contra um grupo armado é comparada à ação da ditadura contra um prisioneiro político indefeso.

“Quando o Estado, que deveria proteger a sociedade a partir de suas atribuições constitucionais, investe-se do direito de mentir para encobrir seus próprios crimes, ninguém mais está seguro.”

Sim, nesse ponto ela está certa. Mas, não, ela não está falando do Lula – cujas políticas sociais ela defendeu –  que mente sobre o mensalão (crime mais que comprovado pelo STF) em uma ação que desmoralizou o executivo, o legislativo e ameaçou o judiciário, colocando em risco a instabilidade política e social de todo um país e de suas instituições. Ela está falando de uma operação policial contra criminosos armados.

“Além disso, a justificativa apresentada pelo governador tem pelo menos uma óbvia exceção. Um dos mortos foi o suposto estuprador de uma menor de idade, que acabava de ser julgado pelo “tribunal do crime” do PCC na chácara de Várzea Paulista. Ora, não faz sentido imaginar que os bandidos tivessem se esquecido de desarmar o réu Maciel Santana da Silva, que foi assassinado junto com os outros supostos resistentes.

Aliás, o “tribunal do crime” acabara de inocentar o acusado: o senso de justiça da bandidagem nesse caso está acima do da PM e do próprio governo do Estado. Maciel Santana morreu desarmado.”

Esta é a parte mais hilariante do texto. O tribunal do crime tem senso de justiça porque absolve. O nome disso é non sequitur. A conclusão não tem nada a ver com a afirmação que a antecede. Se o tribunal tivesse condenado o estuprador, ele não seria justo? Aliás, um grupo de criminosos que monta um tribunal à margem da lei pode ter algum senso de justiça?  Mais que isso, na dinâmica assustadora de um tiroteio, não seria possível que o “réu” tivesse se apoderado de alguma arma caída? Como diabos a morte do fulano “inocentado” pelo tribunal do crime pode caracterizar uma farsa?

“Desde janeiro deste ano, escreveu Rogério Gentile na Folha de 13/9, a PM da capital matou 170 pessoas, número 33% maior do que os assassinatos da mesma ordem em 2011. O crime organizado, por sua vez, executou 68 policiais. Quem está seguro nessa guerra onde as duas partes agem fora da lei? A pesquisadora norte-americana Kathry Sikkink revelou que o Brasil foi o único país da América Latina em que o número de assassinatos cometidos pelas polícias militares aumentou, em vez de diminuir, depois do fim da ditadura civil-militar.”

Como este dado se relaciona com a criminalidade? Ação e reação podem ser julgadas separadamente? Como estas estatísticas podem ter validade se os dados não são cruzados? A psicanalista não tem nada a falar sobre isso.

“Do ponto de vista da segurança pública, este tiro sai pela culatra. “Combater a violência com mais violência é como tentar emagrecer comendo açúcar”, teria dito o grande psicanalista Hélio Pellegrino, morto em 1987.”

Vamos por partes: Hélio Pellegrino é grande onde? Qual de seus textos foi acolhido pela comunidade internacional de psicanalistas? Ou ele é grande por ter fundado o PT? Isso torna alguém grande? Se combater violência com violência não funciona, como as tropas aliadas deveriam ter enfrentado os nazistas? Com diálogo e psicologia? A frase do “grande” Pellegrino não faz nenhum sentido. O enfrentamento da violência detrás de uma escrivaninha, sem nenhum contato com a realidade, produz frases engraçadinhas sobre açúcar e dieta. Ao que consta, a violência urbana nunca foi combatida de fato por frases espirituosas.

Tomara que Maria Rita Kehl seja retardada.

Se não for, ela é meramente desonesta, parcial e alienada.

39 Respostas para “Maria Rita Kehl é retardada?

  1. Achei o governador corajoso em respaldar a ação dos policiais. E acredito que, se não houvesse resposta com tiros à voz de prisão, todos estariam vivos sim. Depois que um tiroteio começa é difícil que tudo termine sem que os vencedores (de qualquer lado) tenham certeza de que suas próprias vidas estão seguras. Ademais, policiais precisam cuidar de sua integridade física, da dos inocentes e ainda dos agressores, se possível. Sem que os agressores se rendessem, não consigo ver, então, outro desfecho para o lamentável acontecimento. Acusar o governador de agir como ditador não é, nesse caso, correto. Até imagino as manchetes se os policiais é que fossem mortos: “Policiais morrem em cerco a supostos bandidos. Governador não consegue impedir a onda de violência que assola o Estado de São Paulo”. Claro que também não precisava chamá-la de retardada, não é? Quiçá parcial.

      • Para essa gente, a culpa é sempre da política. Não importa se o policial, que ganha uma miséria, tenha que decidir entre apertar ou não apertar o gatinho em uma fração de segundos sob risco de perder a própria vida.

  2. Hahahaha…. Cara, isso parece uma piada de mau gosto. Uma mulher sem nenhuma qualificação para falar sobre o assunto rotula, basicamente, como “matadores fascistas” os policiais que tiveram a audácia de não se deixar assassinar por bandidos armados e o governador que teve a audácia ainda maior de não tomar partido dos marginais. Em seguida, compara tal incidente com o homicídio do Vladimir Herzog (porque preso político desarmado e enforcado na cela é exatamente o mesmo que um bando de… eh… bandidos armados mortos em troca de tiros) e eleva ao status de “grande” um psicanalista que disse, basicamente, que “violência gera violência”. A última afirmação, além de descaradamente inverídica (como evidenciado pelo exemplo da II Guerra – quem diz que violência nunca resolve nada ou é covarde ou aprontou alguma coisa e está com medo de apanhar), ainda demonstra que o “grande” Pellegrino pecava por uma péssima técnica de redação (uma das coisas que me incutiram com mais veemência na escola foi que usar chavões em dissertação é sempre péssima idéia). E o Renzo Mora, ao questionar a honestidade intelectual e moral de tais assertivas, recebe a construtiva acusação de ser “simplismente” ridículo. Grande Renzo, hoje estou de bom humor: achei o artigo da especialista em segurança pública (com suas observações, claro) simplismente hilariante.

  3. Renzo minha resposta a alguém que não tem a mínima autoridade opara falar da Maria Rita Khel, pois se tivesse lido sua obra, ela é bem mais do que uma psicanalista, uma intelectual, também formada em jornalismo. Antes da sua agressividade, com resposta de nível intelectual muito abaixo do que espera, acho bom você investigar melhor, suas acusações, baseadas em histórico de mortícinio da PM, muito anterior a este evento. Alckimin atropelou a justiça, assim como fez no Pinheirinho. Mas o seu ressentimento tucano e reacionário fala mais alto, pra finalizar leia esta notícia, antes de desqualificar alguém que está bem acima intelectualmente do que o senhor:
    http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/33045/Laudo%20da%20Policia%20Civil%20contraria%20governador

    • Desculpe. Você tem razão. Maria Rita Kehl (e não Khel como vc escreveu) é mais que uma psicanalista. É uma intelectual. É uma jornalista. É raio, estrela e luar. Maria Rita Kehl é uma manhã de Sol. É meu iaiá meu ioiô. Sua obra ilumina a psicanálise nos quatro cantos do mundo. É um farol dando o norte moral para o planeta. Mas, se eu fosse tucano, diria que o Alckmin (E não Alckimin como vc escreveu. Um de nós 2 tem uma ligeira dislexia no que tange a nomes, nénão?) é um político medíocre? Talvez não. Vou estudar mais um pouco para poder desqualificar esse pilar da sabedoria ocidental. Peço perdão a você, Puolo Gudes (Porra, essa dislexia é contagiosa pra caralho…)
      Bjos
      Renzo

      • não vai comentar a notícia? Bem comum de pessoas desonestas, a primeira vista, como você. Bunitinho! Foge da questão com piadinha e desqualificação fortuita. Nenhuma coragem de comentar a notícia que postei. Está bem claro, como hipótese, que a notícia de jornal parece confirmar o texto da Maria Rita Khel. Existem dois bons livros dela que poderiam te ajudar a pensar melhor e trocar esta agressividade por bons argumentos. São: Videologias e Ressentimento, em que ela articula sociologia e psicanálise com uma bibliográfia extensa de leitura e pesquisa. Procure e depois palpite. A escritora se baseia neste artigo em um histórico de mortícinio da PM em SP. Por isso, suas hipóteses podem estar muito mais próximas da realidade. Bem diferente do senhor um blogueiro engraçadinho, um imbecil. Mas espero que, no mínimo, não se leve a sério…

      • Você está certo. Sou um imbecil e já dei mais atenção para a Ritinha e seu fã clube do que a questão merecia. A pergunta é: Por que diabos vc quer tanto saber a opinião de um blogueiro engraçadinho como eu? Se eu não tenho a menor qualificação intelectual para discutir a genial Ritinha, pq vc quer tanto me ouvir? Já é seu segundo comentário para uma pessoa desonesta como eu. Se for atração física, não sou chegado. Desista.
        Abraços desonestos,
        Renzo

      • Eu estou me divertindo à beça com essa polêmica. E querem ler uma coisa engraçada: eu sou petista e tenho ojeriza ao Alckmin. Claro, há uma diferença entre seguir uma determinada orientação política e viver num mundo de fantasia em que seu partido é perfeito e todos que se opõem são tucanos fascistas que estáo sempre errados. Fiquei feliz da vida ao ver o João Paulo Cunha ( que sempre considerei um nojo) se ferrar no julgamento do mensalão e espero outras supresas agradáveis. Quanto à criminalidade, a idéia de que “medidas sociais” resolvem a criminalidade é um fábula. Medidas sociais podem alterar o cenário daqui a trinta, cinquenta anos. A geração que já descambou para a criminalidade só pode ser tratada com repressão e cadeia. Se for possível, ressocializacão. Senão, mais cadeia, porque a prioridade deve ser defender a sociedade, não o bem-estar de criminosos. E Renzo, seu comentário sobre a polícia ser a nova classe proletária foi na mosca: é uma categoria essencial para a manutenção da ordem institucional e goza de menos prestígio que os bandidos que arrisca a vida combatendo. Sobre a “truculência” dos matadores que enchem os quadros de nossas políciais, só posso dizer uma coisa: já fui abordado por policiais várias vezes, me portei com educação, colaborei com o trabalho deles e os tratei com respeito. Fui tratado com o mesmo respeito e não me senti, nem por um segundo, ameçado ou intimidado. E o E o schwartz68 traz um dado revolucionário: repressão provoca queda da criminalidade! Quem diria que a melhor maneira para reduzir a criminalidade é prender bandidos? Ao que parece, vários obscuros psicanalistas .

      • Nossa…

        Que coisa Renzo… Todas as suas respostas se prendem muito em corrigir erros de ortografia ou erros de digitação…
        Acho que você deveria ir conversar com a Maria Rita… Certamente essa grande psicanalista poderia te ajudar a entender melhor seus verdadeiro traumas inconscientes…
        Fim.

  4. Enzo, desculpe, Renso: enquanto a taxa de homicídios mais que dobrou no país nos últimos 30 anos (http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/12/14/homicidio-cresce-mais-no-interior-que-nas-capitais-aponta-mapa-da-violencia.htm) os índices de homicídios e outros crimes violentos caíram em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados que partiram para o confronto.

    São Paulo, em 10 anos, saiu dos absurdos 57 homicídios por 100 mil, para um dos menores índices do país: 17/100.000. 70% de redução.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Criminalidade_no_Brasil#Taxas_de_homic.C3.ADdio

    Em tempo: Não sei se a minha opinião conta, não tenho formação em psicanálise.

    Abraço,

    Shcarwtz

    • Não conta. Só psicanalistas podem discutir o assunto com alguma autoridade. Policiais, juízes e pessoas de alguma forma relacionadas com o assunto estão desqualificadas por excesso de intimidade com o tema. A taxa de homicídios só pode ser adequadamente combatida com terapia freudiana. O uso de repressão é como usar açúcar para emagrecer. E se vc for assaltado, não esqueça de perguntar ao criminoso como era sua relação com os pais.
      Abração.

    • Já ví que o Sr. é um grande sociólogo Já descubriu as causas da diminuição da violência em SP, somente com uma estatísca. Genial ou retardado? Eis a questão…

      • Vamos lá. Segundo os economistas Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner a violência nos EUA caiu nos últimos anos em razão da aprovação do aborto. Deixaram de nascer as pessoas que estariam no auge da violência nesse momento. No Brasil, não houve isso. Temos uma geração ultra violenta que está no pico da carga hormonal e que não sofre nenhum limite. A repressão resolve? Não totalmente. Mas é o mínimo que pode ser feito. Dizer que a violência é produto da pobreza, com o crescimento de renda e o surgimento de uma nova classe C, deixou de ser explicação. Ruim com a repressão, pior sem ela. Agora, o novo proletariado que deve ser protegido são os policiais, mal remunerados, sem pagamento adequado e jogados às feras. O falecido Pellegrino e a Ritinha não estão muito preocupados com isso. Preferem crucificar os policiais sem entender seu papel na sociedade e a pressão brutal que eles vivem. Dizem que a repressão só piora o cenário. Ótimo. pena que se o plano de segurança pública deles for executado, acaba o país. Chato né, ter uma medicação que se testada vai matar o paciente que atualmente está febril.

  5. é que eu recebi seu artigo no FB, e gosto de discutir com a direita, ainda mais em época de eleição….Mas ví que você não é dado a discussões. Um abraço e boa sorte no blog, mas melhore as piadas, estão sem graça. E se quer polemizar, escreva contra o que você conhece, assim desse jeito pega mal e só convence os idiotas.

  6. Renzo, você é um cara muito mau ! Nunca neste pais eu vi alguém desmerecer,humilhar,destratar alguém da forma tão vã como a que você se portou. Exijo retratação. ! Os RETARDADOS, filhos de deus, exigem respeito !

  7. Estranho… Maria Rita não pode escrever de segurança pública , mas coroneis podem ser chefes de prefeituras na gestão atual de São Paulo. Chamar uma figura pública de retardada é realmente uma ignomínia para qualquer discussão relevante. Baixo calão serve para quem não tem argumentos razoáveis, espero que poucas pessoas tenham o desgosto de ler o que li. Uma lástima.

  8. Cara, sinto em lhe dizer mas você é muito burro. Você é igualzinho a inúmeras pessoas que eu conheço, que apenas sabem ler aquilo que está dito, como ao pé da letra, e isto faz de você uma anta. Fora que você não sabe absolutamente nada sobre o que faz um psicanalista, e tamanha amplidão de conteúdos que a psicanálise pode estudar. É por isso que você é um nada, e a Maria Rita Kehl é considerada uma das maiores psicanalistas do Brasil. Você é aquele cara que reconhece as verdades das palavras ditas pela Kehl, mas tem muito bem com o que se defender delas para você mesmo, já que a verdade indicada por ela não está manifesta, mas deve ser inferida, pelo menos por aqueles que não são bestas quadradas. Recomendo a você uma coisa, que os bons psicanalistas são especialistas: aprenda análise do discurso, e saiba identificar o não-dito naquilo que está sendo dito. Talvez assim você consiga entender algo que a Kehl está querendo demonstrar.

    • Oliver. Vc tem razão. Sou realmente muito burro. Até agora tentando entender o que vc escreveu e neris de pitombas. Identificar o não-dito naquilo que está sendo dito? É isso? Só o que consegui perceber é que a gramática tradicional não recomenda colocar uma vírgula antes de “e” (ou logo depois de vc dizer que sou um nada diante da grandeza internacionalmente reconhecida da Maria Rita Kehl).
      Bjos
      Renzo

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